artigos Inovação e pluralidade na arte de esperançar

22/05/2025

Esperançar é mais do que sonhar com futuros melhores — é trabalhar por eles. E, desde que abrimos as portas, quase dez anos atrás, é isso que temos feito no Museu do Amanhã: um lugar onde ciência, arte e inovação se encontram para inspirar transformações reais.

Inaugurado em 2015, com uma arquitetura que virou símbolo do Rio e instalado no coração da Pequena África, o Museu nasceu como parte do legado da Rio 2016. Mas logo se transformou em muito mais do que isso: virou ponto de encontro, espaço de pertencimento e plataforma para novas ideias. Aqui, vozes diversas, histórias potentes e expressões artísticas de todo tipo se cruzam, ajudando a refletir — e a agir — sobre os grandes desafios do nosso tempo.

A prova disso está no nosso público: mais de 40% não costumam visitar museus e 22% têm no Amanhã sua primeira experiência museal. Com iniciativas como o programa Vizinhos do Amanhã — que já tem mais de 7 mil moradores da região cadastrados —, a relação com a comunidade é viva, direta e transformadora. É gente do entorno participando, criando, fazendo parte.

Essa diversidade se vê também dentro da equipe. Hoje, 3% dos nossos colaboradores têm algum tipo de deficiência; quase metade são pessoas pretas ou pardas; 25,5% são mulheres negras; 25% fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+; e 61% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. Isso não é por acaso — é escolha, é compromisso.

Na área educativa, seguimos firmes no propósito de tornar a ciência mais acessível e interessante para todos. Fazemos isso com experiências interativas, formação de professores e atividades que vão da curiosidade infantil até discussões complexas sobre sustentabilidade e justiça climática. Queremos formar gente crítica, criativa, pronta para liderar as mudanças que o mundo precisa.

Na frente científica, o foco é unir conhecimento e ação. Estamos engajados com temas urgentes como a equidade de gênero na ciência, a alfabetização em futuros (em parceria com a UNESCO), a valorização de pesquisadoras e o debate aberto sobre a crise climática.

O nosso Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA) é o espaço de experimentação e conexão com o agora. Nele, oferecemos oficinas gratuitas, residências artísticas e projetos que cruzam arte, ciência e tecnologia — sempre com a comunidade no centro e com o futuro como horizonte.

Tudo isso só é possível porque acreditamos numa gestão feita de pessoas, para pessoas. Uma gestão que valoriza os encontros, a escuta e a pluralidade de olhares que compõem o Brasil. E é essa abordagem que fez do Museu do Amanhã um dos mais visitados e inclusivos da América do Sul: foram mais de mil atividades, 45 exposições temporárias e 13 virtuais desde a inauguração.

Agora, entramos em um novo ciclo. Em 2025, vamos ampliar ainda mais o diálogo entre arte e ciência, com a abertura de 1.200 m² dedicados a exposições artísticas ligadas aos nossos temas centrais. Também estamos trabalhando em um novo Plano Museológico e na atualização da exposição permanente — aquela que já levou mais de 7 milhões de pessoas a refletirem sobre quem somos, de onde viemos, onde estamos… e, principalmente, para onde queremos ir.