Ricardo Piquet participa de evento sobre gestão no MAR
Tornar-se relevante para a sociedade e ter uma gestão que assegure sustentabilidade e segurança jurídico-financeira para quem investe, seja o público, os associados, patrocinadores ou entes governamentais. Para Ricardo Piquet, diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento e Gestão, a combinação desses fatores é o segredo para a manutenção e o sucesso de equipamentos culturais e ativos públicos. O executivo foi um dos palestrantes do painel “Excelência em gestão, inovação e desafios da sustentabilidade financeira”, realizado no Museu de Arte do Rio (MAR). O evento reuniu dirigentes de organizações sociais, como Carlos Gradim, diretor-presidente do Instituto Odeon, à frente do MAR, representantes de empresas e do setor público, além de curadores, artistas e diretores de museus e instituições culturais para debater os 7 anos do MAR e o futuro dos museus.
“Cada experiência que tivemos, seja na gestão das Bibliotecas-Parque, do Paço do Frevo ou do Museu do Amanhã, nos mostrou que o sucesso desses projetos está ligado diretamente à importância que a comunidade dá a cada um. Quando enfrentamos a crise financeira nas Bibliotecas-Parque, o público que frequentava e a sociedade protestaram muito, nos apoiando e exigindo uma solução. Infelizmente, muita gente nunca tinha ido ao Museu Nacional quando ele pegou fogo. A tragédia ficou marcada também por isso. A sociedade precisa mudar, exigir de políticos e empresários investimentos, frequentar os museus”, afirmou Piquet.
O diretor falou também do “mantra” que toda a sua equipe segue no IDG: a preocupação diária com a segurança jurídico-financeira dos equipamentos. Para alcançá-la, frisou, o instituto conta na gestão do Museu do Amanhã com Conselhos Fiscal e Administrativo, auditoria externa contratada e uma área interna de compliance. A criação de um Conselho Consultivo, com a presença dos diretores das empresas patrocinadoras, de representantes da Prefeitura do Rio, além de intelectuais e especialistas, foi uma estratégia para prestar contas das atividades e decisões de gestão, mas também para apresentar os desafios enfrentados no dia a dia.
“Montamos um arcabouço que nos confere credibilidade e confiança em quem investe. Prestamos conta de todo real investido em projetos no IDG, não só aos órgãos de controle, como os Tribunais de Conta e o Ministério Público, mas às Prefeituras e também a quem aporta o investimento e ao público. Aliado a isso, temos a qualidade do trabalho de nossas equipes de colaboradores. Não existe empresa que dê respaldo financeiro se não trabalharmos da maneira correta e com qualidade. Se tivermos boa governança, um bom projeto, o recurso aparece. Não queremos sair para captar recursos, mas atraí-los. Por isso, é importante criar valor, fazer com a pessoa deseje estar conosco nos projetos”, comentou.
Participaram do painel Luciane Gorgulho, Chefe do Departamento de Desenvolvimento Urbano, Cultura e Turismo do BNDES, que falou sobre a importância da cultura para a economia do país, das dificuldades enfrentadas pelos contingenciamentos dos órgãos públicos e a inconstância dos incentivos via Lei Rouanet, sujeitos a intempéries da economia e dependentes do desempenho econômico-financeiro das empresas. E também Heloísa Queiroz, Gerente de Museus da Secretaria Municipal de Cultura do Rio, que contou sobre a experiência de aprender a trabalhar com as organizações sociais como o Odeon, que faz a gestão do MAR, e o IDG, fazendo a mediação, o acompanhamento e a avaliação dos contratos de gestão firmados entre elas e o poder público. Emocionada, Heloísa revelou que sua prioridade é a cultura e que, mesmo com as dificuldades orçamentárias de sua secretaria, sempre acreditou que os museus não corriam risco de fechar.
“Sabemos quantos empregos são gerados pela cultura e como museus como o MAR e o Amanhã levam o nome da cidade do Rio para outros estados do Brasil e para o exterior. Além disso, é muito gratificante saber, por exemplo, que os professores e estudantes de regiões como a Zona Oeste conhecem os equipamentos culturais da região portuária. Os museus também são locais de conhecimento, de aprendizado”, destacou Heloísa.