Hipermuseus debate futuro de equipamentos culturais
Fotos: Hipermuseus
Inspiração, experimentação, mentoria e trabalho colaborativo. Essas foram as etapas de realização do Hipermuseus, um programa que reuniu, durante seis meses, 49 profissionais de museus e centros culturais para debater o futuro dos museus, estratégias digitais para atrair e engajar os públicos e a sustentabilidade dos equipamentos. Quatro colaboradoras do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) participaram do projeto, idealizado e coordenado pelo Museu Vivo e pela Inspirações Ilimitadas Projetos Culturais, em correalização com o Oi Futuro.
A diretora de Marketing e Novos Negócios Julianna Guimarães esteve na mesa sobre "Causas e Ativismo nas Redes" do seminário internacional de abertura, que reuniu representantes de importantes equipamentos e trouxe temas como Tecnologias Digitais, Crowdfunding, Museus de Bases Comunitárias, Captação Online, Cultura Maker, Novas Economias e Movimentos Sociais Digitais. Um dos destaques foi a participação do diretor de comunicação digital do Van Gogh Museum, Martjin Pronk, que falou da importância dos museus no mundo digital. Julianna falou sobre o case Alimentação no Museu do Amanhã, um tema que se tornou transversal a todas as áreas de atuação e atividades do museu, gerando ativismo entre redes, incluindo público, parceiros, especialistas e colaboradores:
“A atuação do museu como ativista se dá através da criação de um ambiente de aprendizagem, de busca de recorrência das visitas, onde o Museu funciona como hub de conexões e debates sobre temas relevantes. O papel do museu não é se posicionar do lado A ou B; é trazer reflexões, provocações e alternativas ou visões sobre aquele tema. Na palestra, mostrei desde o programa Receitas do Amanhã, que reuniu chefs de cozinha e vizinhos do Museu, passando pelo intercâmbio ocorrido em Londres, ações, seminários e ações ao longo de 2 anos no Museu e no Laboratório de Atividades do Amanhã o tema culminou com a expo Pratodomudo e as diversas atividades ligadas a ela, como a Horta do Amanhã".
Nos seis meses do programa, Nicole Costa, gerente geral do Paço do Frevo, e Joana Pires, gerente de comunicação do Museu do Amanhã, participaram das 40 horas de mentorias, três dias de trabalho imersivo em laboratório de inovação e um seminário internacional com 16 palestrantes, representando instituições nacionais e internacionais. “No programa busquei estabelecer contatos entre o frevo e a cultura popular e outros contextos museais”, afirma Nicole. A partir dos temas ativismo e engajamento, sustentabilidade e presença digital, o grupo de Nicole crirou o projeto EXPOSITEI, uma proposta de rede social virtual, voltada para criar novas narrativas para museus (através de imagens e opiniões criadas pelos usuários acerca de exposições).
Uma das mentoras do Hipermuseus, Marcela Sabino, gerente do Laboratório de Atividades do Amanhã, do Museu do Amanhã, afirma que a cultura é fundamental para provocar reflexões, explorar caminhos e oferecer possibilidades, principalmente num momento em que as mudanças climáticas e demográficas são um desafio para a sustentabilidade no planeta. “Nesse sentido, pude compartilhar exemplos práticos de processos que elaboramos no Laboratório do Museu do Amanhã e aprender muito com a trajetória dos participantes também”, comentou.
Ao todo, sete Protótipos Hipermuseus foram desenvolvidos ao longo da jornada de atividades. As propostas incluem plataforma de crowdfunding para museus, rede social de instituições culturais, instalação educativa itinerante e outras soluções inovadoras. As principais práticas, propostas e tendências geradas no Hipermuseus foram transformadas em um E-Book, que pode ser baixado no site do Oi Futuro.