Para que nunca se esqueça, IDG celebra a cultura negra

 

Criado para reverenciar as conquistas da população negra e marcar a luta contínua por direitos e visibilidade, o Dia da Consciência Negra foi concebido na década de 1970, por representantes do movimento negro, e incluído no calendário nacional em 2011. No IDG, celebramos a data com atividades, programas e projetos como o Cais do Valongo.

 

MUSEU DO AMANHÃ

No Museu do Amanhã, foi realizada no dia 21 de novembro a última edição do Evidências das Culturas Negras, programa que valoriza a cultura e a história dos africanos escravizados no Brasil e que teve edições mensais em 2019. Com encontros sobre literatura, política, trabalho, educação, memória, arquitetura, entre outros, o programa busca evidenciar a presença negra no país, a herança dos que cruzaram o Atlântico em navios negreiros e aqui forjaram boa parte da cultura brasileira.

 

O tema do dia 21 foi a Ética do Deslocamento e trouxe para o debate o professor de história Milton Novela, da Ilha de Moçambique, que falou sobre seus estudos da cultura nyau e também da obrigatoriedade de se falar a língua portuguesa na escola – enquanto a maior parte dos alunos se comunica melhor em seu dialeto. Ana Carolina da Hora, estudante de Ciência da Computação, pesquisadora e criadora de canais de divulgação científica, apresentou seu projeto de um aplicativo com narrativas científicas baseadas em cientistas e artistas africanos. Pouco antes do evento, o artista Rona Neves conversou com educadores no átrio do museu. Ele contou sua experiência de criação artística a partir das vivências de infância no Morro dos Pretos Forros, na zona norte do Rio.

 

CAIS DO VALONGO

Iniciadas em maio deste ano, com recursos do Consulado Americano, as obras de conservação do Cais do Valongo, que incluem acompanhamento arqueológico, restauro das ruínas, limpeza, higienização, conservação e consolidação do sítio arqueológico, já estão em fase de finalização. Em fevereiro de 2020, serão iniciadas as melhorias de infraestrutura, sinalização, valorização cênica e turística, desta vez com investimentos da empresa chinesa State Grid Brazil Holding (SGBH).

 

O projeto prevê a colocação de módulos expositivos que contam a história do Cais do Valongo e da região conhecida como Pequena África, valorizando o sítio histórico, onde aportaram mais de um milhão de africanos escravizados no Brasil. Um projeto educativo voltado às escolas da região portuária, além de ações de comunicação para engajar a sociedade sobre a importância histórica do local, também serão implementados pelo IDG.