Museu das Favelas discute "O que é ser favela?"

Tem início nesta quarta-feira (15) o Ser Favela, a primeira programação anunciada pelo Museu das Favelas - equipamento cultural gerido pelo IDG com inauguração prevista para o segundo semestre de 2022. A atividade, que segue até 25 de agosto, é composta por um ciclo de seis encontros temáticos e quinzenais na qual o museu convida a população a uma troca de saberes, com a participação de importantes lideranças, artistas, agentes e produtores de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará, Bahia e Rio Grande do Sul. Os encontros serão realizados de forma online e transmitidos ao vivo pelo canal do youtube do Museu.

 

“A programação deriva do desenvolvimento conceitual que está em construção no Museu. Entendemos favela como uma experiência, atravessando o cotidiano das pessoas em múltiplas camadas. Procuramos, por meio dos encontros, abrir os caminhos do museu para a escuta e aprendizado com diferentes interlocutores no país. É apenas o começo do nosso processo colaborativo, que será nossa marca na gestão”, explica Daniela Alfonsi, diretora técnica da instituição.

 

Como primeiro passo, o Museu busca se fortalecer junto à população. “O Museu quer construir suas raízes no primeiro ano de existência. A curadoria deste ciclo pautou na escolha de temas que perpassarão nossa programação, como a maternidade, a ancestralidade, as memórias da oralidade, as identidades e a educação”, comenta Marina Barbosa, produtora executiva do Museu.

 

O primeiro encontro, que discute o que é ser favela a partir das experiências coletivas, contará com a participação de Cleiton Ferreira, cofundador da Comunidade Cultural Quilombaque e do Museu Territorial de Interesse da Cultura e da Paisagem Tekoa Jopo’í (SP); Luiz Antonio, cofundador do Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré e do Museu da Maré (RJ), onde atua como diretor; e José Eduardo, educador e cofundador do Acervo da Laje (BA). A mediação será realizada por Carla Zulu, ativista e produtora cultural, atualmente, coordenadora de relações institucionais do Museu das Favelas. 

 

Confira a programação completa dessa e de outras atividades nas redes sociais do Museu das Favelas: Instagram | Facebook

 

Sobre o Museu das Favelas

 

O Museu das Favelas, criado por meio do Decreto Estadual nº 66.194, de 8 de novembro de 2021, é um equipamento cultural que integra a Política Estadual de Museus da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, sendo a CUFA - Central Única das Favelas uma grande incentivadora para a concepção do Museu. Desde janeiro de 2022, a gestão do equipamento cultural é realizada pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão - IDG, uma organização social de cultura. O Museu das Favelas será sediado no Palácio dos Campos Elíseos, edifício tombado e localizado na região central da cidade de São Paulo. 

 

O Museu das Favelas será um espaço para pesquisa, preservação e comunicação de memórias e histórias das favelas brasileiras. Atua no presente, na pesquisa e produção de conhecimento sobre o passado para inspirar possibilidades de novos futuros. O Museu está em fase de concepção e implantação e seu planejamento prevê a criação de exposições permanentes e temporárias, programação cultural e educativa. Além disso, prevê os serviços de café, loja, biblioteca e centro de referência da memória e de formação e empreendedorismo. Contará ainda com espaços equipados para eventos de diferentes naturezas, aberto à proposição de grupos e coletivos das favelas. A programação será gratuita, com a previsão de funcionamento de terça a domingo.