Paço do Frevo atualiza exposição de longa duração

Neste mês de dezembro, comemora-se 10 anos do reconhecimento do Frevo como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Para celebrar a data, o Paço do Frevo atualizou parte da sua exposição de longa duração, construída de forma coletiva por diversos colaboradores e colaboradoras locais. Desde a inauguração do Centro de Referência em Salvaguarda do Frevo, há oito anos, a exposição não era atualizada. 

 

A exposição intitulada “Frevo Vivo” dá as boas-vindas aos visitantes mostrando que o ritmo pernambucano não é apenas um museu de memórias do passado. Pelo contrário, ele segue vivo, inquieto, pulsante e em constante transformação, nos corpos, na cidade e no mundo, 365 dias por ano. Quem entrar no Paço do Frevo vai encontrar o piso térreo diferente – e com inéditas surpresas.

 

Dando visibilidade a personagens e pontos de vista até então menos presentes, a exposição “Frevo Vivo” conta a história deste patrimônio da humanidade destacando as mulheres, a negritude, as crianças e personagens essenciais dentro da comunidade frevística, como os artesãos e as artesãs, além de produções e registros da atualidade. Também apresenta duas instalações inéditas: uma cartografia sonora do Frevo e uma vídeo-instalação.

 

Para a diretora do Paço, Luciana Félix, “A exposição Frevo Vivo cumpre a missão institucional do Paço do Frevo de olhar, como centro de referência em salvaguarda, o que acontece no dia a dia, as pautas urgentes e os debates profundos que cercam a cultura popular, olhando e valorizando as tradições ao mesmo tempo em que está atento ao que emerge do cotidiano. Essa é, portanto, uma expografia que não veio pronta, mas que passou por várias etapas de reflexão sobre os anseios da comunidade frevística nos oitos anos de existência do Paço”, comenta.

 

INEDITISMO - A exposição “Frevo Vivo” inclui instalações inéditas. Uma delas é a “Cartografia Sonora do Frevo: o Frevo Pulsa na Cidade”, produzida pela 9 Oitavos, que convida pernambucanos e turistas a descobrirem o Frevo que vive na capital e também no interior do Estado. Inclui seis agremiações e iniciativas fora da Região Metropolitana do Recife, a exemplo do projeto Sertão Frevo, expoente no ensino e na difusão do Frevo em Serra Talhada, e a Orquestra Curica, de Goiana, na Zona da Mata Norte, que é patrimônio vivo de Pernambuco. 

 

O mapa sonoro tem 20 pontos de escuta e reúne fragmentos de sons, vozes, ritmos e performances captados em lugares emblemáticos. No meio da instalação, representando a pulsação do Frevo, há uma escultura feita a partir de instrumentos típicos do ritmo, com uma iluminação especial. 

 

Outra novidade é a vídeo-instalação inédita “Todo Mundo Freva”, que convida o visitante a desenvolver passos com o auxílio de uma projeção que demonstra alguns desses movimentos. Produzida pelo coletivo de VJs Retinantz, a experiência mostra que todo mundo pode frevar, afinal é do espaço que se dá ao corpo que emana o Frevo. A dança do Frevo – ou o passo – ficou mais conhecida pela força e agilidade dos passos acrobáticos e complexos executados por passistas experientes. Porém, nos últimos anos, passistas e foliões vêm desafiando essa imagem tradicional e propondo formas contemporâneas de dançar, sentir e brincar o Frevo. 

 

Na sequência, na sala contígua intitulada "No Frevo Não é Tudo Igual", de 20 m², os visitantes poderão mergulhar num ambiente sonoro para curtir uma experiência potente e única de ouvir Frevo numa alta qualidade de reprodução que permite sentir a frequência e os graves, com uma seleção feita pelo curador musical Rafael Marques. O espaço também será dedicado a explicar, de forma didática, a diferenciação entre Frevo-de-Rua, Frevo-Canção e Frevo-de-Bloco.